Durante muitos anos, fui avesso à marcadores a base de solvente. Lá no início dos tempos, quando comecei a trabalhar profissionalmente como ilustrador com carteira registrada e tudo mais, elas estavam lá. As “malditas canetinhas” a base de solvente, que manchavam os layouts, vazavam e secavam em apenas um mês. Claro que não eram canetas de qualidade, eram as únicas disponíveis na época. Haviam as importadas, mas muito caras. As poucas que apareciam, desapareciam na mesma velocidade que tinham surgido.
Com o passar do tempo, tentei trabalhar com outras marcas, mas não me sentia à vontade e então desisti de vez e quando tinha que usar marcador, só a base de água. E foi assim até agora. Há alguns anos comecei a notar um número frequente de pessoas usando as famosas Copic e achei que não passava de moda. Mas observando os trabalhos realizados por artistas japoneses, que percebi que não se tratava de mais um marcador, mas de algo especial. Mesmo assim continuei relutante e não aderi, até que acabei não resistindo e testando as “benditas canetinhas”. E o que achei? Sensacionais! Sinceramente não esperava muito, e me surpreendi a ponto de me arrepender de não ter começado a usá-las a mais tempo.
Só senti falta das Copic blender, pois essa caneta, que na verdade não tem cor, é uma espécie de “misturador”, parece ser bastante útil, principalmente em graduações de tons, sombras, etc.
Sendo assim, resolvi fazer alguns testes em alguns tipos de papéis que costumo usar, e obtive resultados acima da média para alguns papéis e outros por possuírem características desfavoráveis à esse tipo de media, não tiveram resultado ótimo, mas de certa forma aceitável.
Os papéis foram os seguintes:
- Canson Marquer - Papel de gramatura fina, poroso, mas segura bem a tinta e vaza pouco. Fica visível no verso justamente por ser fino. Por absorver rapidamente a tinta, requer agilidade no uso, mas garante cores bem fiéis.
- Acervo Layout - Esse papel uso muito para rascunho e layout. É bem comum, usado por muitos artistas. Porosidade acima da média para canetas a base de solvente, mas com as Copics, não traspassou para o verso. Também requer agilidade.
- Schoeller Durex - Papel caro, usava muito para fazer arte-final em nanquim. Por possuir superfície lisa e pouco porosa, própria para raspagem e retoques, a tinta não se dá muito bem, tornando bem clara a tonalidade das Copics. Não recomendo o uso desse papel, a não ser em casos bem específicos.
- Canson Montval - Aqui resolvi fazer um teste maluco e aplicar as Copics em um papel específico para aquarela, e não é que o resultado me agradou? A alta porosidade do papel não foi problema, não espalhou a tinta e tampouco vazou.
- Winsor & Newton Bristol - Deixei por último, pois trata-se do meu papel preferido. Uso ele praticamente para tudo: Nanquim, aquarela, gouache, acrílica e agora Copic! Apesar da superfície lisa e do trabalho rápido, as cores surgem perfeitas e os meios tons são obtidos com extrema facilidade. De longe o melhor para meus trabalhos.
Bem, como podem observar, foram apenas alguns tipos de papéis mais comuns que testei, para poder tirar proveito ainda maior das Copics. Ainda quero fazer mais testes com papeis para marcadores de outras marcas e os próprios papéis Copic para postar aqui o resultado!