quinta-feira, 10 de julho de 2008

Hancock, o ilusionista


Ilusionismo é uma arte em que o intuíto é "enganar" a audiência, para que ela pense que o que foi visto diante de seus olhos, mesmo que impossível de acontecer naturalmente, ali, naquele momento de fato aconteceu.
Hollywood é uma fábrica de ilusionistas, mas não estou falando de gente que ilude platéias e agrada, como George Lucas ou Steven Spielberg, essas ilusões são esperadas, aquele momento mágico de seus filmes são essenciais. Estou falando de outros tipos de ilusionistas: os farsantes.
Uma farsa, geralmente começa com um rumor de que tal filme é sensacional, depois vem um crítico de um grande veículo e dá "cinco estrelas" para tal filme, evidentemente esse crítico já está na folha de pagamento do estúdio ha anos. Feito isso, nós expectadores enchemos as salas de cinema na estréia de tal filme, e boommm!
A manchete que faltava: "Recorde de bilheteria". Essa é a fábrica da farsa em Hollywood, que consegue vender filmes medianos e medíocres, passando-os por excelentes.
Dito isso, agora posso falar sobre Hancock, que estreou esta semana no Brasil.
O filme foi alardeado como o melhor filme de super-herói já feito e tal. Não é bem assim, aliás não é mesmo!
Will Smith, tenho que concordar, é um ótimo ator para blockbusters, tem carisma, é engraçado quando preciso, e já caiu nas graças do povo, mas assim como "Eu sou a Lenda" seu novo filme é uma farsa mal montada.
Confesso que entrei no cinena com a certeza que assistiria a um excelente filme, e na primeira parte do filme, eu já estava crente disso. O ínicio do filme é o máximo. Se continuassem naquela linha de pensamento, Hancock seria realmente o melhor filme de super-heróis de todos os tempos... mas...
Infelizmente um filme que envolve muita grana e egos a torto e direito, tem muita mão e isso é evidente no roteiro do filme, que muda a cada 20 minutos, acredito que o primeiro rascunho do filme deva ser maravilhoso. Aí algum gênio resolveu botar um bocado de açúcar no filme e transformar ele numa sessão da tarde.
A apresentação de Hancock como um super-humano, bêbado, sujo e quase mendigo pelas ruas de Los Angeles é genial. A derrocada do filme acontece quando apresenta a familia do relações públicas, interpretado por Jason Bateman. Com exceção de algums trechos, como as cenas do Youtube que são hilárias, o resto do filme não vale o ingresso. Talvez o medo de inovar e romper com paradigmas estabelecidos por eles mesmos, os estúdios de cinema americanos seguem padrões e não saem da risca por nada. Os caras não tiveram a coragem nem de inovar no uniforme do personagem, imitando o modelito aprovado pela audiencia em X-Men! Isso até algum diretor de peito mudar novamente as regras, daí eles seguem a linha dele por anos, até aparecer outro e assim vai. É o ciclo dos incautos e fouxos de Hollywood. Easy money, baby!!
A escolha de Charlize Theron como mãe da família já denunciava que algo de podre iria acontecer. Ela não ficaria ali só de enfeite. Dito e feito. A partir do momento que ela revela seu propósito no filme, aí meu amigo, o filme muda pra pior, conseguindo me fazer lembrar do horrível "Minha Ex-Super-Namorada". Sério.
Com esse medo de inovar, os roteiristas perderam uma ótima chance de criar algo épico. Um super-herói com os poderes de Hancock merecia um (ou uma?) super-vilão a altura. Não vou nem comentar o final do filme porque meu nível de glicose aumentou tanto que quase infartei na sala de cinema. Repito, a primeira parte é magnífica, mas a mudança de roteiro é tão absurda e infantil, que acaba estragando tudo.
Filme de super-herói de 2008 ainda é o Homem de Ferro, até que Christian Bale me prove o contrário.
Enfim, Will Smith continua o rei dos filmes de verão, batendo recordes e parece que assim vai continuar, mas seus últimos filmes, apesar das cifras, não valem um tostão furado.

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